segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Quando o consumismo ultrapassa objetos - Como você cuida dos seus bichos?


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Quando se fala em consumo desenfreado é comum que façamos a relação entre pessoas comprando por impulso, lojas lotadas, cartões de crédito, roupas, eletrônicos e demais objetos inanimados. Mas, quando se trata de consumir, presentear (a si próprio ou a alguém) é importante refletir sobre o que estamos considerando mercadoria.

Nossa relação com os bichos de estimação, por exemplo, será que é saudável?

É natural ir ao shopping comprar um animal e parcelar no cartão de crédito?
É aceitável abandonar nas ruas quando os danados começam a brincar com roupas, sapatos, ou fazer as necessidades pela casa?
É compreensível escolher a raça de acordo com a tendência do momento?

Se você se reconheceu em algumas destas questões ou quer entender sobre a diferença entre bicho de estimação e brinquedo, continue lendo:



Ninguém sabe dizer o número, mas é certo que depois de festas tradicionais como páscoa e natal, aumenta o número de animais abandonados nas clínicas e parques de São Paulo. O mesmo acontece em todo o mundo: segundo a WSPA (Sociedade Mundial de Proteção Animal), mais da metade dos coelhos, cães e gatos adquiridos nesses períodos, são abandonados. Em São Paulo são 25 mil cães e gatos recolhidos anualmente pelo Serviço de Controle de Zoonoses, dos quais apenas 1.200 conseguem um novo lar.

Os motivos para o abandono são vários: viagem de férias e ninguém para abrigar o animal, desistência do “brinquedo”, o trabalho gerado pelo animal, uma eventual deficiência física ou doença, problema de comportamento e outros. É sempre o mesmo artifício: à noite abandonam nas portas de faculdades ou de hospitais veterinários, nas clínicas, nos parques municipais ao amanhecer, ou mesmo à plena luz do sol, nas feiras e parques da cidade. Nos pet shops, geralmente entregam o animal para um procedimento, fazem mil recomendações e nunca mais retornam, deixando o mascote para quem se interessar.

VOLUNTÁRIOS ALIMENTAM OS GATOS ABANDONADOS NO PARQUE DA ÁGUA BRANCA.


Diariamente o Serviço de Zoonoses da Prefeitura de São Paulo tira das ruas cerca de 60 animais entre cães e gatos, menos de 20% consegue abrigo, os demais são sacrificados, mesmo destino dado a animais abandonados em clínicas: não há como alimentar a todos. Ongs (Organizações não governamentais) de proteção à vida animal de todos os tipos promovem feiras e campanhas de posse responsável. Uma das feiras é feita todos os anos em outubro, no dia de São Francisco, o santo protetor dos animais, pelo CCZ de São Paulo: “é o momento em que muitos animais vacinados e castrados encontram novos donos” conta Drª Luciana Hardt, diretora do CCZ de São Paulo comemorando o sucesso que a iniciativa vem tendo. O veterinário e adestrador Dan Wroblewski, 43, acredita que o abandono é falta de conscien-tização do que é posse responsável: “com o aumento da insegurança mais pessoas, especialmente da classe média, estão vendo os animais como aliados, mas não se dão conta das responsabilidades que essa companhia exige. Muitas vezes, se entusiasmando com um filhote ou com os conselhos de um conhecido, a pessoa acaba comprando um animal sem se importar com o fato de que ele cresce, adoece, envelhece, exige dedicação, educação e alimentos e nem sempre pode acompanhar o dono em todos os lugares e, sobretudo, lembra, se reproduz”.

-Qualquer aumento de dificuldade pode gerar a necessidade do abandono e isso não é difícil, basta ter um momento de falta de escrúpulo. Dan é proprietário de um Hotel para cães, e freqüen-temente se vê às voltas com animais que são “esquecidos” por seus donos. A incidência é tanta que Dan passou a exigir documentos e comprovantes de residência dos proprietários de seus hóspedes, e mesmo assim, acontece de um ou outro animal ser abandonado.

O período após o Natal é uma temporada de animais abandonados. Pressionados pelas crianças muitos pais adquirem filhotes para doar de presente. No fundo têm esperanças de que os animais ensinarão aos filhos a ter mais responsabilidades, afinal, o compromisso é sempre de que a criança vai incumbir-se de cuidar do cão ou do gatinho.

A rotina do dia a dia, entretanto é diferente. Nem sempre a criança desempenha bem as tarefas, o filhote rói móveis e roupas, faz suas necessidades no tapete da sala e chora no meio da noite. Irritados, pais e mães logo se vêem na compulsão de livrar-se do intruso.

A primeira tentativa é de passar o problema para frente. Querem doar para o avô, o tio que tem chácara, o porteiro do prédio e, diante da total impossibilidade optam pelo abandono.

A maioria dos veterinários têm histórias para contar de ninhadas inteiras abandonadas na porta da clínica, o cãozinho com coleira preso na maçaneta, ou simplesmente largado no interior dos parques.

Os cães, mesmo filhotes, tendem a seguir seus donos, o que já não acontece com os gatos. São esses últimos que infestam os parques, como o Parque da Água Branca, em São Paulo, onde a direção calcula a existência de quase 500 animais. Abandonados, os gatos são alimentados por voluntários, crescem, procriam e aumentam o problema do município.

- A solução é a sociedade aderir à posse responsável – diz Drª. Luciana Hardt – é a pessoa, antes de adquirir o animal conhecer suas necessidades, suas exigências e avaliar se vale realmente à pena ter o bicho ou não. Somente depois de refletir com toda a família, analisando todos os aspectos da vida em comum, ir à busca do animal e, se for o caso, realizar a sua castração para evitar problemas futuros!

O PAPEL DO VETERINÁRIO

Se por um lado a população é responsável pelo abandono de animais, por outro os veterinários devem assumir de fato o seu papel na sociedade, atuando de forma educativa e buscando tornar a castração mais acessível à população de baixa renda.

Desde 1992 o controle de reprodução de cães e gatos é recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para estabilização da população animal.

Em setembro de 2003, no Rio de Janeiro, um comitê constituído por representantes dos países latinoamericanos e Caribe se reuniu na Primeira Reunião da América Latina sobre Posse Responsável, realizada pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) e World Society for the Protection of Animals (WSPA), quando se confirmou a necessidade do controle da reprodução, do registro animal, da educação e legislação mais rigorosa para controlar efetivamente os cães e gatos e, conseqüentemente, as zoonoses envolvidas.

Dentre os pontos discutidos nessa reunião, alguns merecem destaque:

AO ABRIGO DAS FOLHAGENS, GATOS ESPREITAM FILHOTES DE AVES QUE CAEM DOS NINHOS


A educação, controle da reprodução e registro e identificação dos cães e gatos são as atividades mínimas que devem ser contempladas em programas de controle animal;

- Programas de controle de cães e gatos devem ser inseridos nos programas de controle de zoonoses que envolvam esses animais;

- A necessidade do envolvi-mento dos médicos veterinários uma vez que a solução do problema do excesso animal passa pelas suas mãos;

- Atividades para o aumento da idade média dos cães e gatos devem ser aplicadas uma vez que a alta renovação não permite a permanência de uma barreira imunológica animal estável para a própria proteção humana, principalmente no que diz respeito à Raiva;

- A necessidade de promover não apenas a aquisição, posse e criação responsável dos animais de estimação, mas também envolver afetivamente seus proprietários para diminuição do abandono de animais, trabalhando mente, mãos e coração nos programas educativos;

- A maioria dos animais soltos em vias públicas possui, pelo menos, uma pessoa ou “proprietário não assumido” que os alimenta e, muitas vezes, os abriga.

- Os animais com proprietário são os principais responsáveis pelo excesso na população animal;

- A grande maioria das agressões é ocasionada dentro dos próprios domicílios por cães que possuem proprietários.

- A necessidade de facilitar o acesso geográfico e econômico para as cirurgias de esterilização para a população em geral.

- A necessidade de normas claras, precisas, dos Ministérios da Saúde para o controle de cães e gatos nos diferentes países.

PROGRAMA SAÚDE DO ANIMAL


Servindo como modelo para outros países da América Latina, o Programa Saúde do Animal (PSA) do Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo surgiu em 2001 com o objetivo de diminuir o número de cães e gatos abandonados e sacrificados na cidade, além de diminuir o risco de transmissão de zoonoses por essas espécies.

Desde 1982 e 1984 que São Paulo não vê, respectivamente, a ocorrência de raiva humana e canina/ felina. Para que isso tivesse ocorrido, medidas efetivas de vacinação contra raiva, vigilância, cobertura de foco, apreensão e eliminação de animais errantes, exames laboratoriais, foram os suportes necessários, seguindo as recomendações da OMS. Hoje, a adesão à vacinação e as contínuas medidas de vigilância provavelmente sustentam o controle da doença.

Nestes últimos 20 anos a relação homem-animal se intensificou, mudou de valores. Se partirmos do pressuposto que a razão homem/animal tem uma correlação positiva, outras perspectivas podem ser vislumbradas, levando a crer que embora as populações tenham aumentado nesse período, observa-se ano a ano, a diminuição do número de animais apreendidos, portanto abandonados. É na eliminação desse foco que a sociedade deve caminhar e exemplos em outros países comprovam e a OMS recomenda, é necessário novas posturas, mais ética no trato com o animal, salvaguardada a saúde pública.

Pode-se observar atualmente grande número de instituições públicas e particulares como clínicas, pet shops, escolas, centros de saúde, pronto-socorros, parques, delegacias, que vivem incontáveis situações de animais jogados às suas portas, além das próprias ruas, onde se observa toda sorte de problemas que os animais não supervisionados causam, questões que vão desde acidentes de trânsito, agressões, crueldade, transmissão de doenças para outros animais e para o próprio homem.

O abandono toma grandes proporções e a solução está em outras abordagens, tais como a posse, ou melhor, a “guarda” responsável, uma vez que enquanto cada um não tomar para si uma parcela da responsabilidade, não há como reverter essa situação. A retirada do animal subentende que providências locais sejam tomadas para que não haja mais a reincidência do problema.

Visando uma solução para esta questão foi criado o PSA que tem cinco pilares: educação em posse responsável, esterilização de cães e gatos em massa, registro de animais, adoção responsável e incentivo a criação de leis que dêem suporte a essas ações.

Cabe ressaltar algumas ações que o PSA tem desenvolvido:



1) O Projeto “Para Viver de Bem Com os Bichos” do PSA, tem como objetivo a educação continuada em posse responsável e nos anos de 2002 e 2003, treinou 484 escolas particulares e municipais de ensino fundamental com 359.000 alunos envolvidos. Em 2004 388 escolas da rede municipal e estadual se envolveram no projeto. O tema enfatizado no assunto posse responsável foi a prevenção a agressões.

2) Através do PSA, o CCZ mantém convênio com ONGs de proteção animal e entre outubro de 2001 e outubro de 2004 foram realizadas 74.044 cirurgias de esterilização em cães e gatos subsidiadas, para proprietários sem recurso.

3) Em 2000, estabeleceu parceria com clínicas veterinárias para esterilização a baixo custo um mês ao ano. A partir de novembro de 2003 foi lançada a Rede Veterinária que conta com 105 clínicos veterinários, distribuídos que por toda cidade, programa ampliado da parceria com a PMSP/SMS/CCZ, onde promovem esterilização a preço baixo permanentemente.

4) Considerando o tamanho das populações canina e felina e os níveis de esterilização praticados em outros países com objetivo de controle (onde chegam de 70 a 80% dependendo da espécie e sexo do animal), percebe-se a importância de um envolvi-mento mais amplo por parte dos clínicos veterinários para a participação com sua cota de responsabilidade social, além de sua importância enquanto agente de saúde pública.

5) O registro geral do animal (RGA), a partir de fevereiro de 2002, cadastrou aproximadamente 320.000 animais. Vale lembrar que o conhecimento do tamanho das populações, suas características e distribuição norteiam políticas de saúde animal e saúde pública.

6) O Projeto “Para Ser o Melhor Amigo”, instituído pelo CCZ, também também assimilado pelo PSA, para encaminhamento à adoção responsável de animais abandonados, em parceria com o pet shop Cobasi, as Ongs “Instituto Nina Rosa” e “Estimação”, e apoiado pela rações Guabi durante o ano de 2002, encaminhou em 4 anos mais de 4.000 animais. Desde outubro de 2001 esses têm sido oferecidos, em doação, já castrados.

Dr. Marco Antonio Gioso, presidente da Anclivepa-SP, vê este fato com cautela ao falar em nome dos associados: “O papel do veterinário neste caso é claro e inexorável, porém não podemos arcar com toda responsabilidade que, por vezes, órgãos governamentais parecem querer impor”, diz Gioso.

Castrações a baixo custo - como nossos próprios associados já nos demonstraram em questionário anterior - pode ser possível e viável, desde que somente para pessoas de baixo poder aquisitivo (e não em clínicas de bairros nobres) e sempre com a participação do Estado”. Por outro lado, cada um de nós pode e deve fazer aquilo que, na opinião de cada um, acaba faltando nessa problemática toda: a informação. “ O público leigo, em geral, não entende o problema. Para essas pessoas, o problema é o cão! Não entendem a respeito do controle populacional, por exemplo. Cabe a cada um, em suas clínicas, estabelecer sólidos programas de conscientização, mesmo sendo para uma clientela que você julga bem esclarecida. Não adianta sentar e esperar o Governo encarar o fato!”

O debate é o primeiro passo. Há a necessidade de se manter investimentos na área, além de um envolvimento crescente por parte da população. A responsabilidade e o compromisso de cada cidadão para com outros seres vivos são inversamente proporcionais à densidade populacional de espécies animais abandonados. Cabe-nos a todos implementar as mudanças necessárias para o encontro de um ponto de equilíbrio.

NOTA DO HOVET SOS ANIMAL:

Ha mais de 10 anos convivemos com o problema dos animais de rua em Maringa. Agora com a implantação do centro de Zoonoses, faz-se necessário que as ONGs de proteção aos animais se unam com a equipe do CCZ para que se possa efetivamente efetuar um trabalho de conscientização da posse responsável. Se isto não for implantado com um adequado sistema de identificação dos animais (o ideal e a microchipagem), veremos em alguns anos o mesmo problema que se encontra nos grandes centros, que é a captura de um sem numero de animais de rua e a quase totalidade indo para o corredor da morte (eutanásia).


O brinquedo ideal


O brinquedo ideal é aquele que permite a brincadeira: a imaginação, a descoberta, a exploração, a imitação, o planejamento, a solução de conflitos, o aprendizado sobre si mesmo e sobre o mundo, a interação com os outros e o ficar só. São os brinquedos que se transformam conforme a brincadeira, no decorrer dela e ao longo do crescimento da criança. Não são engessados, restringindo as possibilidades de brincar.

Quem já observou uma criança brincando com uma boneca que fala frases prontas pôde observar seu encantamento inicial pelo que parecia mágico, a fala. Mas pôde também observar seu rápido desencantamento. A boneca só fala o que ela, boneca, “quer falar”. Ela é dura, não aconchega no colo, não pode ser lavada por causa das pilhas. Se a boneca representa o bebê, os cuidados maternos, a relação de quem brinca com o mundo adulto e infantil, o quê esperar de uma boneca que não permite um diálogo criativo e espontâneo, não permite ser carregada como se deseja, nem introduzir a tão gostosa água de tantas brincadeiras. É compreensível que a magia se dissipe ligeiramente pelos ares.

O que acontece com o tradicional “brinquedo de menina” também ocorre com os trenzinhos que giram numa pista pronta sem participação nenhuma da criança (só montar e observar é muito pouco para chamarmos isto de participação), com os carrinhos que andam pela casa cantando e tantos outros similares que permitem pequena interação.

Brinquedos tão desejados (pelos pais, avós, tios, amigos, criança), implorados e logo deixados de lado. Pense nos brinquedos de sua infância. Pense nos brinquedos de seus filhos. Quais são os inseparáveis, os mais legais de brincar? Quais foram rapidamente esquecidos, deixados no fundo do baú, sem lembrança ou saudade? Certamente os brinquedos que inibiam o brincar, a liberdade de se expressar.

Numa sociedade em que ter vale mais do que ser e dar mais do que estar, não é apenas o bombardeiro da publicidade e as lojas abarrotadas de opções que contribuem com o frenético pedido de “quero este”, “compra aquele”, mas também a impetuosa atitude dos pais de consumar o pedido, muitas vezes imediatamente, abortando  aprendizados tão importantes como o questionamento e a capacidade de espera.

Quando falamos em brinquedo, estamos nos referindo, antes de mais nada, a objetos de desejo, de filhos e de pais. Quantos pais compram um brinquedo, muitas vezes sem o filho ter nascido ou ainda sem idade para usá-lo, só porque o achou bacanérrimo. Aqui temos duas questões importantes que merecem atenção: o desejo dos pais sobrepondo-se sobre ao do filho e o modelo de consumo dos pais, que será o modelo de consumo dos filhos, pelo menos até a adolescência, quando pode haver algum confronto com o modelo parental. Se os pais não param para pensar desde o começo, lá na frente vão se deparar com os desenfreados e insistentes pedidos de “compra, vai”, “eu quero”. E sem saída, acabarão comprando, e o que é pior, educando para um consumo não consciente.

O filho pede, insiste, persiste, “fica doente” se não ganha o tal do brinquedo. Então ele ganha, brinca um pouco e o tão desejado brinquedo cai no esquecimento. Triste fim. Do dinheiro suado, do sonho acordado, da infância que passa.

Sempre é tempo de parar, pensar, rever. Com a aproximação do Dia das Crianças, “dia oficial de ganhar brinquedo” (pelo menos entre a maioria das famílias brasileiras, e é no brinquedo que foco neste texto e não nas alternativas de comemoração da data), experimente escutar o pedido deste ano, não apenas como um pedido, mas como um pedido carregado de significado, ou um pedido que precisa ganhar significado. A criança pede um determinado brinquedo porque os amigos têm e ele não? A criança quer um brinquedo (ou vários) porque foi devorada pelos comerciais da TV? Ela pede um brinquedo porque o achou legal? Quais os benefícios que o brinquedo pode trazer para a criança? O que está por trás do pedido?

Por trás de um pedido sempre há um significado que precisa estar claro para os pais e para a criança. Brinquedo não deve ser ingresso para as rodas de amigos (se assim é, está-se valorizando o ter em sobreposição ao ser, e com isto todos perdem no curto e longo prazo). Brinquedo deve propiciar trocas afetivas e não entrar no lugar do afeto. Brinquedo deve ser escolhido pelo que ele realmente é, e não pelo que ele parece ser. Brinquedo tem que ter qualidade, segurança e longevidade, tanto em termos de durabilidade, quanto em vida útil nas mãos de uma mesma criança.

Brinquedo que se brinca nem sempre é encontrado nas lojas. O primeiro brinquedo de toda criança é o próprio corpo. Evolui para objetos simples, como potinhos encontrados em qualquer cozinha. Uma pedrinha na areia da praça, uma folha do jardim, exercem um fascínio que muitas mesas de atividades cheias de sons e balangandãs não conseguem propiciar por muito tempo. A simplicidade dos brinquedos dos estágios iniciais da vida não pode se perder ao longo do crescimento. Criança precisa do seu corpo para brincar e de brinquedos que não tolham sua criatividade e expressão, como os brinquedos que têm função pré-definida.  Aqui não me refiro aos jogos, que são estruturados, com objetivo definido e de extrema importância no que tange a compreensão e a aquisição de regras, o estímulo do raciocínio lógico e, em muitos deles, a coordenação motora. Brinquedo com função pré-definida são os estereotipados e os que limitam a maneira de brincar.

Brinquedo ideal não é um ideal. É apenas um recurso importante no desenvolvimento da criança e, por esta razão, merece atenção que, infelizmente, nem sempre é dada. Brinquedo ideal pode ser uma árvore, uma piscina, uma bola, uma bicicleta, um bolo na batedeira, uma fita crepe, uma boneca gostosa, um pedaço de pano, um carrinho qualquer, uma bacia com água. O brinquedo ideal está no poder de inventar e transformar. O brinquedo ideal se cria e recria a cada brincadeira, em todos os dias da criança (que, diga-se de passagem, nunca morre em nenhum de nós!). Brinquedo é assunto muito sério. Se ele não tem plasticidade, a criança não aprende a ter jogo de cintura, vital para qualquer ser humano em todas as fases de sua vida. Pense nisto antes de ser fisgado pelas armadilhas do consumo!


terça-feira, 16 de outubro de 2012

E a Feira continua...


No link http://mamatraca.com.br/?id=384&comunidade-ativa:-trocando-brinquedos dá para conhecer um pouco do que rolou nos outros estados.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Outubro, mês do consumo consciente




Hoje, 15 de outubro, comemoramos o Dia do Consumo Consciente. A data foi instituída pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), no Brasil, para conscientizar a população sobre os problemas socioambientais que os padrões atuais de produção e consumo estão causando ao planeta Terra e aos próprios seres humanos.

A intenção deste dia é trazer uma reflexão sobre nossos hábitos de consumo, e (por que não?) modificar nossas atitudes para que sejamos consumidores e cidadãos conscientes.

Atitudes que muitas vezes são simples, como:


Aproveitar melhor as sacolas fornecidas nos estabelecimentos comerciais – quantas vezes você entrou em uma loja e o atendente utilizou uma sacola enorme para colocar suas compras dentro, sendo que elas não ocupavam nem 50% da embalagem? O que você acha de recusar novas embalagens quando você passar em mais de uma loja, utilizando melhor a embalagem já adquirida? Coloque tudo o que for comprando dentro da mesma sacola e compre apenas o necessário;
Evitar o consumo de sacolas descartáveis – quando for às compras, dê preferência ao uso de sacolas retornáveis. Sabe aquelas sacolas bonitinhas, ecológicas e amplamente utilizadas em outros países? Faça do consumo consciente uma moda - você pode personalizar a sua sacola, tornando-a um acessório bonito;

Evitar comprar produtos desnecessários – antes de ir às compras, principalmente no supermercado, faça uma lista de tudo o que precisa, para que você não compre produtos desnecessários. Essa atitude é muito importante, principalmente para os produtos perecíveis, como verduras, frutas e legumes, que estragam facilmente e acabam parando no lixo sem serem consumidos;

Quebrou, tente consertar antes de comprar um novo – quando um aparelho eletrônico quebra, muitas vezes, nem tentamos descobrir o motivo e compramos um novo. Tente consertar os aparelhos antes de descartá-los, pois o lixo eletrônico mundial está aumentando absurdamente - e você ainda pode economizar dinheiro com essa atitude.
Além dessas atitudes citadas, temos aquelas que já cansamos de ouvir, mas nem sempre executamos, como, por exemplo: a reciclagem e a economia de água e de energia elétrica.



Segunda Feira de Trocas em Maceió

Depois da nossa Feira, que aconteceu lá na Praça Bethavile, no bairro Serraria, no sábado (6), Maceió recebeu um segundo evento referente ao dia das crianças. A Feira foi organizada pelo Procon-Al, na Av. Silvio Viana, Ponta Verde, nessa última sexta-feira (12) e também teve o objetivo de alertar aos pais para o perigo do consumismo infantil, além, claro, de oferecer uma programação especial aos pequenos, oferecendo a eles a oportunidade de divertir-se praticando a solidariedade. Bela iniciativa!



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Relato da feira de trocas em Maceió‏


Boa noite!
Gostaria de ter podido fazer esse relato no domingo ainda, mas uma doençazinha não me permitiu.

Vejam então um breve relato com fotografias de vários momentos da feira que aconteceu no último sábado:
 

A organização da nossa Feira de Trocas de Brinquedos e Livros em Maceió contou com uma equipe de sete pessoas das quais apenas eu tinha real envolvimento com a questão do Consumismo. E essas outras, como foram parar ali? Algumas são minhas amigas e uma delas é síndica do conjunto onde fica a pracinha que serviu de palco para nossa festa.

O objetivo da síndica era apoiar qualquer evento que trouxesse público para a praça. Daí as famílias começaram a chegar, começamos explicar do que se tratava e ninguém explica o que não sabe, não é mesmo?
 
 Então a primeira mágica vi quando observei meus amigos explicando aos participantes sobre a diferença entre consumo e consumismo e o motivo de estarmos ali naquela tarde, senti-me gratificada e entendi ali que a Feira foi um sucesso, pois aquelas seis pessoas já se transformaram em multiplicadores da reflexão a que nos propomos.


 
 
Tivemos pintura de rosto, brincadeiras de rua, com corda, elástico, bola e fiquei surpresa ao perceber que vários adolescentes e jovens não sabiam que brincadeiras aquelas e nem sabiam cantar as canções que as acompanhavam - o que sobrou para mim, com muito prazer.  Na terceira cantada já se ouvia o coro praça afora e foram todos liberados da minha desafinação \o/
 
                                              
 

Com o caderno que a Aliança pela Infância nos mandou pedimos depoimentos por escrito e aproveitávamos para falar mais sobre o ILC, o Instituto Alana, a Aliança e aquela Feira, ouvíamos as impressões e ideias entusiasmadas para outros momentos semelhantes, em outros locais da cidade. Ouvimos, gratificadas, pessoas se oferecendo para colaborar em outras ações.
 
 
Entregávamos os panfletos da Aliança pela Infância e o marcador de página do ILC onde escrevemos, no verso, os sites dos apoiadores e do Grupo de Discussão Consumismo e Publicidade Infantil. Como havia participação da Associação do Conjunto, tive que aceitar a distribuição de sacolas plásticas para colocação do "lixo", os copos descartáveis, o algodão doce e a pipoca distribuidos gratuitamente e a cama elástica. Montamos um varal de livros huma árvore frondosa mas não vi nenhuma criança ou adulto lendo os títulos ali então contação de história planejada não ocorreu.
 
E o piquenique ocorreu apenas com os membros da minha família que disseram da dificuldade que foi eu ter pedido "lanche saudável" pois não conseguiam definir isso direito então optaram por suco natural e frutas :-)

Mil abraços e vamos seguir rumo à próxima.

Patrícia Gomes

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Tudo na hora divulga Feira em Brasília

O portal de notícias de Alagoas, Tudo na hora, também divulgou a Feira de Troca de Brinquedos que já aconteceu em Brasília.
O evento, que foi bastante aproveitado pela criançada, teve também a aprovação dos pais: “Há muitos brinquedos com os quais eles não brincam mais, e é uma oportunidade de eles conhecerem outras crianças e não levar ao consumismo. São brinquedos supersimples, mas eles amaram trocar. Às vezes, nós nos preocupamos com o valor, mas eles não, só querem saber se estão se divertindo”, disse Katilene dos Santos, mãe de Nikolas, de 2 anos, e Pietro, de 4 anos.

Em Maceió, a feira ocorre neste sábado (06), na praça do conjunto Bethavile, no bairro Serraria. Os pequenos e seus responsáveis estão convidados.